quinta-feira, 13 de setembro de 2012

TV aberta bate recorde e tira verba de jornais, revistas e rádios


O mercado de mídia brasileiro cresceu 11% no primeiro semestre de 2012, atingindo R$ 14,3 bilhões em receitas, apesar da estagnação de vários setores da economia.
A TV aberta cresceu 13,6%, mais do que a média do mercado. Faturou R$ 9,256 bilhões e aumentou sua participação no chamado "bolo publicitário".
De cada R$ 100 investidos em propaganda no primeiro semestre de 2012, R$ 64,81 foram para Globo, Record, SBT, Band, Rede TV! e demais emissoras abertas. Um recorde. Há um ano, R$ 63,37 de cada R$ 100 iam para as emissoras abertas.
Os dados são do Projeto Inter-Meios, o mais confiável monitoramento do mercado publicitário brasileiro. O trabalho é realizado pela empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers para o grupo Meio & Mensagem.
O Inter-Meios condensa 90% das informações do mercado publicitário. Considerando-se os 10% restantes e os gastos com a produção de campanhas publicitárias, estima-se que o setor tenha movimentado R$ 19,6 bilhões no primeiro semestre.
A TV aberta só cresceu menos do que a internet e a TV por assinatura: 18%. Com R$ 739 milhões em receitas, a internet chegou a 5,1% de participação no bolo publicitário (ou seja, de cada R$ 100 gastos em propaganda, R$ 5,01 foram para a web).
A TV por assinatura faturou R$ 580 milhões em publicidade e chegou a uma participação de 4,06%.
Os dados do Inter-Meios indicam que TV aberta, TV por assinatura e internet estão tirando anunciantes dos tradicionais meios jornal, revista e rádio.
Os jornais continuam sendo o segundo setor mais robusto da indústria de mídia (bem atrás da TV aberta), mas a participação do subsetor no bolo publicitário caiu de 12,44% no primeiro semestre de 2011 para 11,67%.
As revistas minguaram de 6,89% (primeiro semestre de 2011) para 6,06%. Continuam sendo a terceira mídia mais rica, mas, a continuar nesse ritmo, deverão ser ultrapassadas pela internet até o ano que vem.
O crescimento da TV aberta foi alavancado pelos investimentos em propaganda do comércio, pela Olimpíada de Londres e pelos gastos em publicidade governamental/estatal. Por causa das eleições, os governos e estatais não podem anunciar no terceiro trimestre; então, concentram as campanhas no primeiro semestre.
Em uma época de maior concorrência com novas mídias e perda de audiência, não seria natural a TV aberta ficar mais pobre?
Errado. Mesmo perdendo telespectadores, a TV aberta é uma mídia presente em quase 100% dos lares do país. é proporcionalmente mais barada. E eficiente.


                                                                                                                               Nathália Gonçalves

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